sexta-feira, 18 de setembro de 2009

SINOPSE

O Fantasma Amarelo e a Rosa Azul de

A. Couto de Andrade

Com base num conto ouvido do próprio autor Malba Tahan intitulado “O Fantasma Amarelo”, A Couto de Andrade traduz a situação monocrômica de cor amarela da riqueza monetária do mundo de hoje, em detrimento de tudo o mais.

A monocromia é qual Midas, contamina tudo, tudo vai sendo monetarizado e outros valores não são levados em consideração, deixando um rastro funesto, fome, desemprego, doença. Para personalizar tal situação, A Couto de Andrade, concentra na Princesa, a alma da nação, o infortúnio e todos sofrem com a doença dela.

O Primeiro Ministro convocado pelo Rei para solucionar o impasse, só vê solução em mais monocromia, solução que vem de fora, desprezando qualquer solução interna que porventura possa surgir.

A doença da princeza-nação, é investigada e vai ficando sem solução e nisto o povo começa a comentar que sua doença se deve ao “Fantasma Amarelo”.

Chegando ao conhecimento do Rei tal versão popular, o Rei volta a convocar o Primeiro Ministro e lhe ordena combater o tal Fantasma e, mais uma vez, lá vai o Ministro buscar soluções externas, buscando aplicar as receitas dos organismos internacionais para combater o mal em mais monocromia.

Numa noite de insônia o Rei, com roupas de dormir, solitária e descuidadamente percorre os corredores do Palácio.

Insatisfeito, deixa-o, avança pelo Jardim e embrenha pelo bosque, vindo a se perder. Só encontra alento quando depara com um caramanchão, onde um jardineiro, bem antes do dia amanhecer, já está cuidando de suas flores, dentre elas, de sua Rosa Azul.

Animado o Rei se aproxima e fica ouvindo o jardineiro conversando com suas flores. Esquece de si e dos infortúnios de seu reino e acaba por descobrir outro tipo de riqueza que se faz necessária para a vida do País. Tenta chamar a atenção do jardineiro para a sua presença de diversos modos até mesmo colocando a mão sobre o ombro dele, mas não consegue desviá-lo de sua concentração. Até quando escorrega e é amparado pelo jardineiro, este não se desvia de seu afazer. Porém diante de certas palavras do jardineiro com referência ao Fantasma Amarelo, dá por si e dá uma ordem para que lhe seja ensinado o caminho do Palácio. Uma vez atendido, vira-se e sai. Só, então, o jardineiro vê ao longe o rei. Mas o vê de costas e atrapalhado pela luz do sol nascente, não o identifica. Não fica sabendo quem era aquela misteriosa visita que recebera e a quem não deixara tirar a sua atenção do trabalho.

Chamado pela mulher, o jardineiro vai tomar o seu café com broa de fubá, leite de cabra, mandioca frita. Conta o momento mágico que viveu naquela manhã, como se alguém estivesse na sua presença. Para não perder tal momento mágico, buscou concentrar-se cada vez mais no seu trabalho. Enleado por tal momento mágico, mais abria o coração e falava para suas plantas aquilo que há muito trazia na alma, mas não tivera ensejo ainda de expressar.

A mulher fica apreensiva, censura o marido porque poderia ser gente do palácio. Eles poderiam, com o destrambelho da incontenção das palavras dele, vir a ser tirados daquela cabana e daquele bosque. O jardineiro replica que a única riqueza que verdadeiramente eles têm é o vaso da Rosa Azul. Era só levá-lo.

Estavam bem nas digressões quando ouvem tropelos de cavalo. Chegando à porta, descobrem que são soldados do Palácio.

A mulher vê a sua apreensão confirmada e quase desmaia. O jardineiro só não perde a compostura porque reconhece um soldado amigo, guarda do Palácio. Daí a pouco chega a carruagem e com ela são os dois levados para o Palácio tal como se encontravam, com as roupas de trabalho.

No Palácio são recebidos cerimonialmente o que desperta contrariedade no Primeiro Ministro. Acaba ali acontecendo situações inusitadas em que o próprio Rei fica de joelhos, levando todos os súditos a também se ajoelharem.

Naquela audiência inusitada, toda singular jamais acontecida naquele Palácio, num momento todos se ajoelham, inclusive o Rei. O Primeiro Ministro, perplexo, cai e rola escada abaixo do Trono. É lhe tirado o seu manto ministerial e este é, incontinente, colocada, pelo Rei, nos ombros do jardineiro. Do Ri recebe a primeiro ordem, como Ministro, de acabar com o Fantasma Amarelo.

Na mesma noite, o Jardineiro, que agora o seu nome é com letra maiúscula, luta com o Fantasma Amarelo e o derrota, perdendo, com isto o seu manto Amarelo.

Chegando nos aposentos palacianos que lhes fora destinado, a mulher deparando com o estrago do manto ministerial. Censura o marido e o adverte sobre a audiência que terá com o Rei. Indaga como ele se apresentará sem o manto. Era a primeira crise do Ministro Jardineiro.

Num ato de contrição, o Jardineiro, lembrando-se de seu esforço para produzir a Rosa Azul. Surpreende-se por contar com uma policromia, faltando apenas a cor branca. Então, usando a sua autoridade, consegue os materiais e apetrechos para fazer o novo manto. Realizado o intento, dormem o sono dos anjos.

No dia seguinte é dado notícia do embate, da vitória, da perda do manto e dá necessidade de substituí-lo por outro. O Jardineiro apresenta o novo manto, dizendo que ele, até, pode simbolizar as cores de seu ministério, o amarelo das provisões, o verde da esperança, o azul da bonança e o branco da paz, que foi assim que ele conseguiu produzir a sua Rosa Azul.

O Rei aprova o novo manto. A Rainha adverte sobre a falta de um dístico que o Rei manda acrescentar. No tocante à falta de estrelas, há a intervenção da Princesa, que diz não ser necessário porque “bastava projetar no manto as estrelas da alegria da felicidade que cada um trazia no coração”.

A audiência termina depois da nomeação de uma Ministra Negra para executar a política ministerial. O livro com a poesia “Para Ser Feliz” que o Ministro Jardineiro colheu num outro livro e que serve para mote educacional de vida para todos querem realizar os seus talentos, razão da vinda ao mundo.

É um parábola de um país alinhado com a arquitetura globalizada, mas que descobre que tem outros valores para vivenciar e oferecer como contribuição para o mundo tão monocrômico, que alguns querem apenas dicotrômico, quando o Criador do Mundo, Deus, selou a sua aliança com Noé, o pai das raças cujos nomes recebem de seus filhos Sem, Cam e Jafé, com a policromia do Arco Íris.

SOBRE O AUTOR

Nasceu em Ibiá, Estado de Minas Gerais, cidade da Região do Alto Paranaíba, durante a segunda Mundial, no dia 12 de abril de l940, ao tempo em que aquela cidade era entroncamento da estrada de ferro, antiga Rede Mineira de Viação. O ramal vinha de Garças de Minas que por sua vez era entroncamento entre o ramal da Capital Mineira, Belo Horizonte e do que ia para Barra Mansa, Rio de Janeiro. De Ibiá partia um ramal em direção a Goiandira, GO, fazendo ligação com a Estrada de Ferro Goiás e outro para Uberaba, no Triângulo Mineiro, fazendo ligação com a Estrada de Ferro Mogiana, com São Paulo, deste com Santos. Portanto, com terminais marítimos, via Rio e Via Santos. Então com o mundo.

A importância da cidade como entroncamento e na vida do autor ficou bem delineado no seu pequeno trabalho "Ternura, O Canto da Maria Fumaça”, publicado, pelo primeira vez no Jornal de Ibiá.

Por causa de seu pai Antônio de Castro Andrade, a sua mãe Lourdes Couto de Andrade, lhe deu o nome de Antônio, querendo, na verdade, que ele fosse chamado de Toninho. Toninho ele foi durante toda a infância e ainda o é pelos familiares do lado de seus pais e das pessoas mais íntimas que conviviam com eles e convivem com seus irmãos, primos e sobrinhos, de tal tronco familiar.

Estudante na Escola Caio Martins, no Curso Normal Rural, Esmeralda Minas Gerais, sob a direção de Manoel José de Almeida, que tinha a orientação pedagógica de Dona Helena Antipof, afora o apelido, tornou-se o Couto. Um pouco antes de ser eleito Aluno-Diretor com apenas 16 anos de idade, passou a ser o Sô Couto. Formado ali professor rural, virou o Professor Couto e como tal chegou a Uberlândia, para dirigir o setor educacional da Fazenda Escola Rio das Pedras, por instância da grande educadora Eunice Weaver, Presidente da ABAMA, através da qual criou daquela instituição hoje Fundação Municipal de Ensino Rural.

No Liceu de Uberlândia, onde fez o Curso Ginasial e Técnico de Contabilidade e como bancário junto ao Banco da Lavoura de Minas Gerais, voltou a ser o Couto.

Vereador pelo MDB, eleito em 1966 com mandato sem subsídio, a não ser apenas por um ano e sem nenhum assessor parlamentar, aliás ele é que assessorava graciosamente os demais vereadores, até janeiro de 1971, ao mesmo tempo acadêmico de Direito da Faculdade de Direito de Uberlândia, sob a direção do Dr. Jacy de Assis, ficou sendo, o Vereador Couto.

Formando em Direito e exercendo a profissão com banca em Uberlândia, apesar de nunca ter dado conta do valor do título, (só o desembrulhava para tirar alguma imperiosa xerox) ficou sendo o Dr. Couto. Apelido que lhe ficou mesmo depois que entendeu abraçar somente o mundo literário, como estimulador de autores, enquanto produz e divulga sua própria obra.

Casado, pai de família, no rol da esposa, era o Antônio da Mary. Divorciado, é o ex-marido da Mary. No círculo dos filhos, ora é o pai do Kleber, pai da Kellen, pai da Karen ou pai da Ariane e agora é o avô do Pedro Paulo e, na medida que vai nascendo netos, passa a ser avó de cada um deles, assim sendo reconhecido no rol de cada qual. Recentemente voltou a ser o Toninho no cuidados dos irmãos que lhe criou um modus vivendi só para escrever.

Nos seus livros Linimento,( A grafia é em homenagem ao falar do mineiro, que transforma o e em i, como em minino, quando seria menino), Prospectiva, Eleições Diretas, Constituinte Assembléia Permanente do Povo, estes dois últimos pela Companhia Editora Nacional, com dez mil exemplares cada, assinava A Couto de Andrade. Manteve a mesma assinatura em a “Liberdade das Rosas” e quis ficar somente como Couto de Andrade em “Ensejo de Ser Gente”, mas aquele nome literário iniciado com a letra “A”, acabou por prevalecer.

Escritor por missionamento, definiu-se e desde a adolescência, descoberto que foi por seus professores de “Língua Pátria”, já no curso Primário e sempre saudado como bom prosador na escrita e na fala, por seus professores e colegas do Curso Normal Regional Caio Martins, foi eleito “orador da turma de 1957”. Escreveu o seu primeiro impublicável “romance” Missionário de Araque, aos dezenove anos, apenas para confirmar para si mesmo que era realmente escritor. Só veio a surpreender o seu amigo escritor e historiador Antônio Pereira da Silva, depois de quatro anos de convivência, afirmando que também era escritor sem, evidentemente informá-lo de que já tinha escrito o seu segundo “romance” “Retortas de Vida”, do qual, foi, em 1982 publicado pela primeira vez um trecho sob o título de “Eleições Diretas”, agora já em terceira edição, beirando os vinte mil exemplares. Fora no tempo em que Antônio Pereira da Silva estava fazendo gestões para criar o Grupo Evolução, primeira manifestação coletiva de produtores culturais de Uberlândia, em l965, do qual, então, passou a fazer parte. Daí, com Antônio Pereira da Silva, Cônego Antônio Afonso, Dr. João Édson de Melo, Dr. Régis Elias Simão e outros menos conhecidos, participou da fundação e redação do Jornal “Tribuna de Minas”, um dos motivo da birra de seus familiares, por parte da esposa, contra o “escrever”, porque, no dia do noivado, já de terno e gravata, enquanto não fechou a Edição do Jornal, demorou, por demais, a comparecer à casa da noiva, já cheia dos amigos evangélicos da Igreja Presbiteriana Central de Uberlândia, liderados pelo Reverendo Walder Stefen que faria a bênção das alianças.

Com a publicação do Código de Processo Civil de 1973, logo passou a fazer parte do grupo de processualistas sob a liderança do Dr. Jacy de Assis, conhecidos como Escola Processualista do Triângulo, entre os quais surgiu a primeira seção do interior do Instituto dos Advogados de Minas Gerais e para o qual foi eleito defendendo a tese “Medidas Cautelares” como ação, fazendo parte da Comissão que o aprovou o hoje célebre jurista Dr. Humberto Theodoro Júnior. Este ainda não tinha publicado o seu livro sobre aquele tema. Instado a publicar trabalhos sob tema processual, sempre se esquivou a fazê-lo, mas chegou a fazer parte do rol dos colaboradores da Revista de Critica Judiciária, de iniciativa do processualista Dr. Édson Gonçalves Prata, editada pela Forense, Rio de Janeiro, em que, em uma de suas edições, foi publicado apenas um polêmico trabalho seu sobre a Concordata Rural, Rio de Janeiro.

Nunca quis publicar cedo. Só queria fazê-lo após os seus quarenta anos, mas foi compelido a publicar em l978, por instância do seu venerado amigo Licydio Paes que queria conhecer um livro seu antes de morrer. Apesar da rapidez com que procurou publicar Linimento, dedicado ao referido jornalista não satisfez o desejo dele, mas aprendeu a lição de que ninguém escreve para si mesmo. Com esse livro foi eleito para a Academia de Letras do Triângulo Mineiro, com sede em Uberaba, Minas Gerais, exatamente por respeito ao seu compelidor.

Convidado duas ou mais vezes pelo Dr. Jacy de Assis para lecionar Direito Civil na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Uberlândia, não quis aceitar, entendo não ter contribuição a dar e para repetir os doutores da área, outros poderiam fazê-lo, mas chegou a ser apresentado, pelo próprio Dr. Jacy de Assis em duas classes, no início de um ano letivo, como Vice Diretor do Curso de Extensão em Direito Processual, da Universidade de Uberlândia, o que não se efetivou por questões de políticas internas, então, daquela instituição.

Depois de seu mandato de Vereador, sempre na condição de membro da Mesa Diretora e indicado pelos próprios Presidentes para dirigir Seções Solenes, nunca mais exerceu mandato eletivo e nem ocupou cargo público, tendo, no entanto, sido candidato a diversos postos legislativos, até mesmo a Senador (acabou figurando num chapa de candidatura ao Senado,como segundo suplente, uma vez a Vice-Prefeito. No pleito de l996, novamente chegou a participar de uma chapa como Vice-Prefeito, tendo renunciado, logo no segundo dia. Não logrou eleger-se, mas nunca se sentindo amofinado por isso, em razão do respeito que tem pelos eleitores, os verdadeiros protagonistas das eleições, e por se sentir sempre obrigado a levar-lhes suas teses em praças públicas.

Seu livro “Constituinte Assembléia Permanente do Povo”, teve uma repercussão além do que podia esperar, provocando, porém, uma cortina de silêncio e ostracismo nos meios acadêmicos de Uberlândia, onde jamais chegou a ser lançado, o que lhe valeu uns quilos a mais para digerir a indigesta frieza.

Recentemente juntou-se a uma plêiade de intelectuais de Uberlândia para, sob a liderança da escritura Martha de Freitas de Azevedo Pannunzio, fundar o IAT, Instituto de Artes, Cultura e Ciências do Triângulo, entidade que já, em poucos meses, marcou o seu espaço e se fez respeitada.

Mais recentemente, lecionou “Ética Cristã” e “História da Filosofia” para o Curso de Teologia da Faculdade de Educação Teológica do Triângulo Mineiro, com sede em Uberlândia.

Num mundo em que prevalece as ações consistentes – o que dá certo, é copiado, repetido à exaustão só sendo bem visto quem entra na onda, ou seja se despersonaliza – o caminhar do autor é determinadamente, pelo que parece, na contra mão. Talvez aí a coincidência de seu nascimento no tempo da guerra, num pais que tinha oscilado entre as forças autoritárias e democráticas, só a custo aliando-se a estas, numa cidade de entroncamento ferroviário que mesmo sendo da Rede Mineira de Viação, chamada carinhosamente de Ruim Mais Vai, era o tipo de transporte mais moderno da época, e a variação de nome como que é lembrado nos vários estágios de sua vida, e trazido para Uberlândia, cidade que se fez e se faz, pode trazer alguma luz sobre o seu possível papel nesta vasta guerra branca da globalização, em que apesar do predomínio do que JOHN NAIBITT, chama de “Domínio Econômico”, o mesmo autor afirma que é tendência insofismável a preservação da “identidade cultural” e do caráter de cada povo”, com o que confirma a batalha de vida do autor: OS BRASILEIROS, SOMOS UM POVO ALEGRE, CORDIAl,,RESPEITOSO E SOLIDÁRIO.

O autor está aí com sua proposta que se espelha na sua vida. No alvorecer do novo milênio, um entroncamento da nova civilização, o futuro dirá como será ele conhecido pelos contemporâneos e por seus pósteros.

Entendendo, tal como o autor entende, que estamos aqui é para trocarmos bênçãos, tema do livro “O Fantasma Amarelo e a Rosa Azul”, que Antônio Pereira da Silva, sugere denominar-se “O Segredo da Princesa” então será possível que tenha ele contribuído com um moto para que a terceira palavra da revolução francesa, a fraternidade, venha a ser estabelecida no mundo jurídico. Certo que ela não o foi até agora, permanecendo apenas no campo moral. Poderá, no entanto, tornar-se o apanágio do novo estágio civilizatório, vindo-se a estabelecer a equanimidade. De tal sorte que, quem muito colha, não colha demais e quem pouco colha, não colha de menos, pois somos fraternalmente uns pelos outros, inapelavelmente, estando todos com a mesma sorte traçada. As contundências, os extremos são decorrências do medo. Medo disfarçado em preconceitos, não se respeitando a verdade de casa um, tema do livro “A Voz de Cada Um”, com o subtítulo “Dos Sapos do Durval Ao Sapo Barbudo”. As soluções possíveis dependem, na visão do autor, de apenas superar o medo, porque, como aprendeu, desde o berço, na suas indispensáveis leituras bíblicas, o perfeito amor afasta o medo. É que estamos aqui, exatamente para aprender das coisas do amor, tema do “Enterro do Anjinho”, publicado na Revista Convergência da já mencionada ALTM e da trilogia do “Kaxambah”. Pois é pelo amor, o supremo bem ( a fé, a esperança passarão, só o amor não passará – I Cor. 13 - ) que seremos julgados.

Nota: Não falta quem reprove o autor por acentuar-se, para deixar induvidável seu posicionamento.Nem durante o governo militar e em aduiências judiciais, deixou tal procedimento em momento algum. Apesar da irritação que sempre produzia (a palavra dura, suscita a ira, a palavra branda aplaca o furor,como está em Provérbios), sua firmeza e por fazer questão de não simular e nem parecer simulado, grangeou sempre respeito. Foi o que aprendeu com o KAXAMBAHA e sua indefectível ROSA. Sim a ROSA, tem espinhos. Ela não os disfarça. Estão bem à mostra. A questão dos espinhos é problema de quem aprecia e valoriza a ROSA.

Ah1 Um tanto pormenoridade sobre o autor... É que ele, prefere despertar má impressão, do que mistificar-se. Ele sabe, tendo aprendido com o Kaxambah, que o conviver repara tudo. A aparência é passageira, o caráter fica. Aliás ele apenas se sente sintonizado com o seu Deus e com o filho do amor d Ele, Jesus. Aquele disse a Moisés: “EU SOU O QUE SOU”. Este disse à mulher Samaritana no poço de Jacó: EU O SOU.

Ê, num mundo em que conta é a aparència, primar pelo SER, é assustador. Mas como descansa depois é produz uma confiánça duradora!

DEDICATÓRIA

Este livro é dedicado aos meus irmãos que sempre me acompanharam no meu cultivo da rosa azul de escritor.

Por isto mesmo, reuniram-se e criaram um modus vivendi para mim, só para me possibilitar ficar por conta da escrita.

Cada um contribui, dentro de suas condições, para me ensejar tal possibilidade, desde o mês de janeiro do ano de 2001.

Procurando corresponder e não posso fazer outra coisa, nesse período, já revisei o meu livro sobre o Parlamentarismo, estou revisando o Kaxambah, O Caminheiro dos Pés Suaves, escrevendo Kaxambah, O Caminheiro na Luz do Amor, pesquisando Kaxambah, O Caminho do Caminheiro, escrevendo O Evangelho da Mãezinha, revisando “A Liberdade da Rosa” e, de repente, este O Segredo da Princesa, com o subtítulo de O Fantasma Amarelo e a Rosa Azul, passou na frente de todos.

Portanto ao Mizael, Samuel, Antoir, Emmanuel, Juquinha, Jovita, Hulda, Dorcas, Emília e a todos os seus familiares que me acolhem tão bem e compreensivamente, todo o meu reconhecimento e meu amor.

CONTO

“Sempre sei realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma só coisa – a inteira – cujo significado e vislumbrado dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver – e essa pauta cada um tem – mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber? Mas, esse norteado, tem. Tem que Ter. Se não, a vida de todos ficava sendo sempre o confuso dessa doidera que é. E que: para cada dia, e cada hora, só uma ação possível da gente é que consegue ser a certa. Aquilo está encoberto; mas, fora dessa conseqüência, tudo o que eu fizer, o que o senhor fizer, o que o beltrano fizer, o que todo-o-mundo fizer, ou deixar de fazer, fica sendo falso, e é o errado. Há, porque aquela outra é a lei, escondida e visível mas não achável, do verdadeiro viver: que para cada pessoa, sua continuação, já foi projetada, como o que se põe, em teatro, para cada representador – sua parte, que antes já foi inventada, num papel...(pág,371/2) João Guimarães Rosa, fala de seu personagem Riobaldo, in GRANDE SERTÃO: VEREDAS. (Circulo do Livro, 1984)

UM PONTO



De como a visita de um escritor pode incendiar a imaginação de um adolescente.



Quem conta um conto, aumenta um ponto. É o que acontece com este conto.

Eu o ouvi da própria boca do seu autor Malba Tahan, numa visita que o mesmo fez às Escolas Caio Martins, em Esmeralda, Minas Gerais, a convite do então Deputado Federal Manoel José de Almeida.

O autor de O Homem que Calculava, contou a parte do Fantasma Amarelo e eu, no meu ponto, acrescentei a Rosa Azul.

Já a contei publicamente uma única vez, na Escola Municipal Jacy de Assis e é a primeira vez que a conto por escrito..

Mas tem ainda alguma diferença entre o que contei oralmente e o que passo a escrever. É que lá eu não tinha um nome literário e nem tinha um rosto literário ainda, apesar de vários livros publicados. Agora tenho os dois, nome e rosto. Isto é, passo a existir verdadeiramente como escritor. É o milagre da Rosa Azul, porque o Fantasma Amarelo jamais me permitiria passar do amarelo, o interesse maior dos reinos, quando esquecem que o mais importante são as gentes, as pessoas.

Que fique, bem claro, no entanto, já de início, que copiar dos outros sem dizer a fonte é costume que o mundo de ontem reprovava e o mundo globalizado de hoje, reprova mais ainda, pois todos tem direitos autorias por suas criações. A solução do Manto do novo Ministro, não foi deste autor, mas do mesmo Malba Tahan, como se verá.

Mas aí já é conversa demais. O que conta é o conto, e, agora, naturalmente o seu ponto.

O CONTADOR DE HISTÓRIAS, ESCRITOR.

De como escritor brasileiro Júlio César de Melo e Souza que usava o nome literário de Malba Tahan passou a fazer parte da vida de outro escritor.

Na Escola Caio Martins havia o Curso Normal Regional que formava professores para lecionar no meio rural e os alunos fundaram um Grêmio estudantil denominado Grêmio Treze de Junho e até hoje não sei porque tinha aquele nome. E foi numa reunião do Grêmio Estudantil Treze de Junho que o renomado escritor brasileiro Júlio César de Melo e Souza, cuja obra mais conhecida é o “O Homem que Calculava” mas que usava o nome literário de Malba Tahan, nos brindou com o seu conto O Fantasma Amarelo, levando-nos a gritar em coro, quando ele levantava as mãos “AMARELO”, bem forte e compassadamente “ A M A R E L O ”.

No conto do Malba Tahan tinha um Rei que tinha sempre nas mãos o Cetro do poder “A M A R E L O ”.

O Rei morava no seu grande, admirado, porque não dizer invejado e imponente Castelo “A M A R E L O ”.

O seu Primeiro Ministro, na sua importância, usava para se distinguir de todos os demais, um Manto “ A M A R E L O “.

E o Rei era pai de uma filha, uma Princesa que de tão linda, chamava a atenção do mundo inteiro e, num reino onde o Rei tinha o Cetro “A M A R E L O ”, morava num Castelo ‘A M A R E L O”, cujo Primeiro Ministro exibia o seu Manto “A M A R E L O”, a Princesa só poderia estar sempre com o seu vestido “ A M A R E L O ”.

E o Rei, o Ministro tinham que o “ A M A R E L O ” da posse de bens, era tudo para que todos os súditos fossem felizes. E por isso, tudo era “ A M A R E L O ”, mais e mais “ A M A R E L O ”, nada mais importando do que o “A M A R E L O”. Afinal, só o “A M A R E L O” era coisa do primeiro mundo. Só o “A M A R E L O”, simbolizava riqueza e riqueza era o que contava. Só a riqueza, nada mais do que a riqueza.

E era assim naquele reino “A M A R E L O”,

Com o Rei do Cetro “A M A R E L O”,

O Ministro com o Manto “A M A R E L O”.

A Princesa com o vestido “A M A R E L O”

A ALMA DO REINO AMARELO


De como a alma da nação inscrita na Constituição fixa que o mais importante é a pessoa e depois dela a sociedade, vindo só depois o governo com as regras ditadas pelas pessoas e pela sociedade com o papel de respeitar o que foi escrito, mas que já estava no coração de todos.

E tanto que ninguém estava dando conta de que a princesa andava triste e estava emagrecendo. E ninguém dava conta, porque a tristeza da princesa e seu porte cada vez mais esguio, a tornava, cada dia mais bonita, mais delicada, uma boneca de porcelana, adornada com aquele vestido

“ A M A R E L O ”.

Mas nada fica, assim, deste modo, oculto, e um dia o Palácio “A M A R E L O ”, acordou espantado com a notícia de que a princesa estava doente.

Foi aquele tem-de-pá.

No Reino “A M A R E L O”, não podia haver tal escândalo. Era uma afronta, tudo equilibrado num esforço qualificado e sumamente reconhecido pela imprensa mundial, feito que foi segundo os fundamentos maiorais interfuncional.

Afinal aquele Reino passara por grandes transtornos anteriormente. Governos inconseqüentes, na visão de alguns. Depois numa tentativa de resolver tantas inconseqüências, as receita das facções que disputavam a solução eram mesmo autoritárias. Passou por uma longa fase de governos arbitrários, intolerantes e porque não, manipulados por tecnocratas que desrespeitaram toda a evolução anterior do povo. Na ânsia de imprimir modelo receitado de fora, comprometeram a criatividade de cada um, levando cada qual a ser tangido como gado, como se sem ferrão ninguém caminha para frente.

Depois de um movimento de arejamento nacional, com todo mundo indo para a praça pública, pedindo diretas mudanças, por fim, foi descoberta a alma da nação e inscrita no documento maior, para que todos soubessem que o mais importante é a pessoa e depois dela a sociedade, para que só depois o governo com as regras ditadas pelas pessoas e pela sociedade possa garantir o que passaram para o papel, mas que já estava no coração de todos.

Nesse processo todo, a adolescente Princesa significava o futuro de perspectivas esperançosas e altaneiras. Mesmo porque foi a sua geração de cara pintada que teve a coragem de voltar às ruas para reclamar contra quem havia descumprido o que estava naquele documento maior escrito, celebrado. Documento que era resultado do desejo sofrido dos quantos, por vidas, sangue derramado, prisões, torturas e refúgio em outros países, sonharam um pátria de respeito a cada qual na busca de sua felicidade pessoal e coletiva.

A princesa, a alma do Reino “A M A R E L O “ debilitada e então, como ficaria o resto?