sexta-feira, 18 de setembro de 2009

SINOPSE

O Fantasma Amarelo e a Rosa Azul de

A. Couto de Andrade

Com base num conto ouvido do próprio autor Malba Tahan intitulado “O Fantasma Amarelo”, A Couto de Andrade traduz a situação monocrômica de cor amarela da riqueza monetária do mundo de hoje, em detrimento de tudo o mais.

A monocromia é qual Midas, contamina tudo, tudo vai sendo monetarizado e outros valores não são levados em consideração, deixando um rastro funesto, fome, desemprego, doença. Para personalizar tal situação, A Couto de Andrade, concentra na Princesa, a alma da nação, o infortúnio e todos sofrem com a doença dela.

O Primeiro Ministro convocado pelo Rei para solucionar o impasse, só vê solução em mais monocromia, solução que vem de fora, desprezando qualquer solução interna que porventura possa surgir.

A doença da princeza-nação, é investigada e vai ficando sem solução e nisto o povo começa a comentar que sua doença se deve ao “Fantasma Amarelo”.

Chegando ao conhecimento do Rei tal versão popular, o Rei volta a convocar o Primeiro Ministro e lhe ordena combater o tal Fantasma e, mais uma vez, lá vai o Ministro buscar soluções externas, buscando aplicar as receitas dos organismos internacionais para combater o mal em mais monocromia.

Numa noite de insônia o Rei, com roupas de dormir, solitária e descuidadamente percorre os corredores do Palácio.

Insatisfeito, deixa-o, avança pelo Jardim e embrenha pelo bosque, vindo a se perder. Só encontra alento quando depara com um caramanchão, onde um jardineiro, bem antes do dia amanhecer, já está cuidando de suas flores, dentre elas, de sua Rosa Azul.

Animado o Rei se aproxima e fica ouvindo o jardineiro conversando com suas flores. Esquece de si e dos infortúnios de seu reino e acaba por descobrir outro tipo de riqueza que se faz necessária para a vida do País. Tenta chamar a atenção do jardineiro para a sua presença de diversos modos até mesmo colocando a mão sobre o ombro dele, mas não consegue desviá-lo de sua concentração. Até quando escorrega e é amparado pelo jardineiro, este não se desvia de seu afazer. Porém diante de certas palavras do jardineiro com referência ao Fantasma Amarelo, dá por si e dá uma ordem para que lhe seja ensinado o caminho do Palácio. Uma vez atendido, vira-se e sai. Só, então, o jardineiro vê ao longe o rei. Mas o vê de costas e atrapalhado pela luz do sol nascente, não o identifica. Não fica sabendo quem era aquela misteriosa visita que recebera e a quem não deixara tirar a sua atenção do trabalho.

Chamado pela mulher, o jardineiro vai tomar o seu café com broa de fubá, leite de cabra, mandioca frita. Conta o momento mágico que viveu naquela manhã, como se alguém estivesse na sua presença. Para não perder tal momento mágico, buscou concentrar-se cada vez mais no seu trabalho. Enleado por tal momento mágico, mais abria o coração e falava para suas plantas aquilo que há muito trazia na alma, mas não tivera ensejo ainda de expressar.

A mulher fica apreensiva, censura o marido porque poderia ser gente do palácio. Eles poderiam, com o destrambelho da incontenção das palavras dele, vir a ser tirados daquela cabana e daquele bosque. O jardineiro replica que a única riqueza que verdadeiramente eles têm é o vaso da Rosa Azul. Era só levá-lo.

Estavam bem nas digressões quando ouvem tropelos de cavalo. Chegando à porta, descobrem que são soldados do Palácio.

A mulher vê a sua apreensão confirmada e quase desmaia. O jardineiro só não perde a compostura porque reconhece um soldado amigo, guarda do Palácio. Daí a pouco chega a carruagem e com ela são os dois levados para o Palácio tal como se encontravam, com as roupas de trabalho.

No Palácio são recebidos cerimonialmente o que desperta contrariedade no Primeiro Ministro. Acaba ali acontecendo situações inusitadas em que o próprio Rei fica de joelhos, levando todos os súditos a também se ajoelharem.

Naquela audiência inusitada, toda singular jamais acontecida naquele Palácio, num momento todos se ajoelham, inclusive o Rei. O Primeiro Ministro, perplexo, cai e rola escada abaixo do Trono. É lhe tirado o seu manto ministerial e este é, incontinente, colocada, pelo Rei, nos ombros do jardineiro. Do Ri recebe a primeiro ordem, como Ministro, de acabar com o Fantasma Amarelo.

Na mesma noite, o Jardineiro, que agora o seu nome é com letra maiúscula, luta com o Fantasma Amarelo e o derrota, perdendo, com isto o seu manto Amarelo.

Chegando nos aposentos palacianos que lhes fora destinado, a mulher deparando com o estrago do manto ministerial. Censura o marido e o adverte sobre a audiência que terá com o Rei. Indaga como ele se apresentará sem o manto. Era a primeira crise do Ministro Jardineiro.

Num ato de contrição, o Jardineiro, lembrando-se de seu esforço para produzir a Rosa Azul. Surpreende-se por contar com uma policromia, faltando apenas a cor branca. Então, usando a sua autoridade, consegue os materiais e apetrechos para fazer o novo manto. Realizado o intento, dormem o sono dos anjos.

No dia seguinte é dado notícia do embate, da vitória, da perda do manto e dá necessidade de substituí-lo por outro. O Jardineiro apresenta o novo manto, dizendo que ele, até, pode simbolizar as cores de seu ministério, o amarelo das provisões, o verde da esperança, o azul da bonança e o branco da paz, que foi assim que ele conseguiu produzir a sua Rosa Azul.

O Rei aprova o novo manto. A Rainha adverte sobre a falta de um dístico que o Rei manda acrescentar. No tocante à falta de estrelas, há a intervenção da Princesa, que diz não ser necessário porque “bastava projetar no manto as estrelas da alegria da felicidade que cada um trazia no coração”.

A audiência termina depois da nomeação de uma Ministra Negra para executar a política ministerial. O livro com a poesia “Para Ser Feliz” que o Ministro Jardineiro colheu num outro livro e que serve para mote educacional de vida para todos querem realizar os seus talentos, razão da vinda ao mundo.

É um parábola de um país alinhado com a arquitetura globalizada, mas que descobre que tem outros valores para vivenciar e oferecer como contribuição para o mundo tão monocrômico, que alguns querem apenas dicotrômico, quando o Criador do Mundo, Deus, selou a sua aliança com Noé, o pai das raças cujos nomes recebem de seus filhos Sem, Cam e Jafé, com a policromia do Arco Íris.

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