sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A ALVORADA DO NOVO DIA


De como estão certos os sábios de todos os tempos quando afirmam que depois de uma noite densa surge a alvorada radiante de um novo dia.

E ouviu o Rei dizer, como dito já se disse, com um carinho do tamanho do mundo:

- Não há de quê, que breve, mui breve, mais breve do que se pode esperar, um poucochinho de tempo só, você, minha filhazinha, vai revelar ao mundo a Rosa Azul da felicidade, o meu querer de toda a vida.

O Rei viu e ouviu que o Jesuíno jardineiro falava manso, devagar, acariciando aquela planta com as gotas de água de regador. Os olhos brilhando, a face fogueada, os gestos delicados, tudo para o seu tesouro de vida. E o Rei, então, se perguntou se não havia riqueza maior.

E absorto ficou ouvindo o Jesuíno jardineiro, no seu cismar com as plantas:

- Pois não há de quê, Al, “si”, Yone que, porque vou presentear o meu Rei com a primeira Rosa, a primícia que só se pode oferecer ao Rei, o nosso Senhor.

O Rei ficou orgulhoso com a dedicação do Jesuíno jardineiro, pois, pensou que estava no coração dele e que ele estava sonhando o sonho da Rosa Azul para homenagear o seu Rei. E tanto ficou orgulhoso e feliz que uma lágrima furtiva correu de sua face. Como se lembrara que um dia tivera dó do Jesuíno jardineiro, entendera que era por gratidão, que ele queria lhe oferecer a Rosa Azul. E se sentiu muito amado.

Até aquele momento, não havia dirigido a palavra ao Jesuíno jardineiro e já ia falar, quando o ouviu dizer:

- Não há de quê, que um dia eu consigo chegar até ao Palácio do Rei. O guarda até me trata bem. O Chefe da Guarda, às vezes leva o recado que eu pretendia levar ao Rei, mas recebe contra ordens do Ministro e acabo não passando da porta do Palácio, quando muito me deixam demorar um pouco na escadaria, que nem o Mordecái no Palácio do Rei Assueiro.

- Não há de quê, que um dia o Rei há de ter uma insônia e há de ouvir de mim. Então eu vou ter com o Rei. Ele vai conhecer a Rosa Azul da Felicidade e aquele Ministro, como o Hamã, da história da Rainha Ester, vai conhecer o seu lugar.

O Rei achou curiosa aquela coincidência. Anotou no seu coração que iria mandar procurar aquela história da Rainha Ester para conferir o que ouvira do Jesuíno jardineiro.

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