sexta-feira, 18 de setembro de 2009

DA INSÔNIA AO SONHO


De como a insônia pode ser um meio para ser encontrada solução para tormento da vida pessoal ou mesmo de um povo, como no ditado popular de há males que bem para bem.

E numa madrugada de insônia, o Rei, de roupa de dormir, sem levar o seu Cetro “A M A R E L O”, cabisbaixo, sai do Castelo “ A M A R E L O ”. Vai caminhando entre as alamedas de seu jardim, sem rumo.

Preocupado, indormido, foi distanciando do seu Palácio “A M A R E L O”. Acabou entrando no seu bosque de caça. Só não se perdeu nele, porque encontrou-se com o Jesuíno jardineiro.

O Rei nem sabia que era Jesuíno e nem que era jardineiro. Era uma pessoa que estava ali bem cedo, concentrado num trabalho ao seu modo tão importante, que não deu pela presença do Rei. Afinal o Rei ali na presença do jardineiro, nem parecia rei mesmo porque não estava com roupa de Rei e nem com o Cetro “A M A R E L O”. E quem era rei ali era o Jesuíno no seu sonho de produzir a Rosa Azul, como Rei veio a saber.

E o Rei vendo a concentração do jardineiro no seu trabalho, distraiu-se um pouco de sua preocupação e até se esqueceu de que era Rei. Ficou um tempão olhando o Jesuíno trabalhar, cuidando de um vaso aqui, outro ali, conversando com as plantas, até que o ouviu falar com aquela planta, bem mais à esquerda, ainda sem flor alguma, com um carinho do tamanho do mundo, dizendo que breve ela iria presenteá-lo com a Rosa Azul da felicidade, que era o seu querer de toda a vida.

Então o Rei se lembrou de que uma vez ouvira falar de um desmiolado que sonhava criar uma rosa azul. Onde já se viu tanto desmiolamento, rosa é rosa, quando muito, rosas vermelhas e de outras cores mais próximas do rosa. E ele Rei, então, com dó, para evitar que os meninos apedrejassem aquele doido, determinou lhe fosse cedido uma das cabanas do bosque, para ali, morar de favor. E de repente, sem rumo como estava, rumou para aquela cabana. Estava bem no pequeno caramanchão, onde aquele doido passava a maior parte do seu tempo, fixado em produzir a rosa azul.

Na sua insônia o Rei foi no rumo do Sonho do Jesuíno jardineiro. Sempre ouvira dizer que sonho não leva a lugar nenhum, não é prático, não faz parte do “A M A R E L O ”, não enriquece de coisas. Mas estava bem ali experimentando um tipo de riqueza que até então desconhecia. Tão rico era o sonho que o Jesuíno jardineiro não dava importância alguma para o Rei e nem ligava alguma para ele como todo mundo fazia. Ou melhor, fazia o Rei ficar quieto na sua condição de Rei, para dar importância ao Jesuíno na sua condição de jardineiro.

Que rumo!

Um comentário:

  1. Estou sumamente surpreendido, por que não admirado?. Não criei o Blogue Kaxambah. Hoje o descubro. Nem sei como administrá-lo. Ajudem-me. O personagem não foi criação minha. Convivi realmente com ele em 1958. Ele falava numa comunidade A FRATERNIDADE DA ROSA. Entendo que ele quer dizer que há pessoas, pelo mundo inteiro que se alimenta das realizações do amor e por isto compartilham esperança. Assim, alguém quer que nos aproximemos e multipliquemos nossa esperança com as realizações do amor. Se for isto, vamos em frente. Grado. Couto.

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